sábado, 17 de julho de 2010

I Anuário de fanzines, zines e publicações alternativas


É com grande satisfação que divulgo aqui a iniciativa do UGRA PRESS (um projeto de produção, fomentação e disseminação de cultura alternativa) a elaboração do I Anuário de fanzines, zines e publicações alternativas.

Como pesquisadora e amante desta imprensa, não poderia deixar de noticiar este que considero um importantíssimo trabalho de resgate destas publicações underground espalhadas mundo a fora.
O projeto aposta na época atual, a qual considera de ressurgimento: “Passada a euforia das novas possibilidades, percebe-se hoje um novo interesse pela produção impressa alternativa. É um ressurgimento ainda tímido, mas que demonstra potencial.”
Para que muitas dessas publicações não passem despercebidas e não se percam no correr da história, o UGRA PRESS propõem a publicação de um Anuário, com lançamento previsto para janeiro de 2011.
O objetivo é fazer do material produzido um canal de referência para editores e leitores, além de ser uma tentativa de entender qual é o perfil da produção atual e o que apresenta de diferente em relação aos “anos dourados” da imprensa underground.

Quem pode participar: O Anuário pretende cobrir a produção de fanzines, zines e publicações alternativas em toda sua abrangência. Não existem restrições temáticas, com exceção dos boletins religiosos ou partidários, que serão ignorados. Publicações experimentais e autorais são mais do que bem vindas.

Como participar: Para incluir uma publicação no anuário, o editor deve preencher uma ficha e enviá-la junto com uma cópia física de sua publicação. As publicações devem ser enviadas até 26 de novembro de 2010.

Para mais informações e incrições, acesse: http://ugrapress.wordpress.com/anuario-de-fanzines/#comment-83
Contato: ugra.press@gmail.com

IV Encontro de Zineiros em SCS



No dia 07 de agosto, sábado, ás 23h, acontece mais um Encontro de Zineiros, desta vez em São Caetano do Sul, no Espaço Cidadão do Mundo, localizado na Rua Rio Grande do Sul.
Na oportunidade Renato Donisete dá sequência às comemorações dos 20 anos do seu zine Aviso Final. Um dos destaques do evento é o lançamento do CD da banda Esquesitosomos, entre as outras atrações estão: apresentação da banda Superação punk-rocker e Overlife INC e participação do Grafiteiro Daniel Melin.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Um jornal de bairro no meio dos alternativos



Os chamados "jornais de bairro" não integram minha pesquisa, pois sobre eles já há um trabalho específico e também por apresentarem características e motivações diferentes das dos alternativos. Porém em alguns momentos eles se assemelham, alguns jornais de bairro surgem como imprensa alternativa e algumas publicações alternativas acabam virando jornais de bairro.
Neste caso as histórias se misturam, o Imprensa que noticiava os acontecimentos de Utinga,em Santo André, nasceu em outubro de 1997 com a pretensão de ser mais um jornal de bairro, mas acabou incomodando autoridades locais por conta de denúncias e, assim como muitos alternativos, teve vida curta. Durou sete números a empreitada do futuro jornalista, Adilson Thieghi, um apaixonado por Utinga, que já na 1ª edição publicou boa parte da história do bairro. A publicação se sustentava com anúncios de comerciantes do entorno, tinha uma tiragem de 5 mil exemplares e, é claro, não foi um negócio rentável.
O Imprensa claramente foi o embrião do jornal Cara de Pau (história detalhada no livro), pois, apesar de ser um veículo sério,o editor já demonstrava em algumas passagens indícios da sua facilidade para utilizar a sátira, que seria mais tarde absorvida pelo jornal de humor. Com a palavra o próprio editor: “O imprensa era um acúmulo de ingenuidades; de que se é possível fazer jornalismo só com boas intenções e nenhum dinheiro, de que se podia fotografar alguma coisa com uma antiga câmera amadora, de que alguém pode ser jornalista, fotógrafo, diagramador, crítico de cinema e publicitário ao mesmo tempo e, principalmente, de que se é possível ser sócio da sua noiva e ainda manter a sociedade depois que o relacionamento acaba. Parte dessa ingenuidade passava para as matérias também, que eram bem tolinhas. Mas, por outro lado, quando tudo deu errado eu vi que meu negócio era mesmo rir da própria desgraça e fiz o Cara de Pau”.

Este é só mais um mais um pequeno registro, a história toda possivelmente estará em um próximo livro. O Imprensa é mais uma prova, entre outras detalhadas na pesquisa, de que há muito da história de uma região nas páginas destas publicações, mas elas são relegadas ao esquecimento e não recebem o devido valor.