No dia em que os holofotes e flashs estavam todos voltados para explosão da casa de fogos na Vila Pires, em Santo André (cidade a nossa que tem ocupado lugar na mídia constantemente com tragédias), algo de muito sublime acontecia no município, sem ser noticiado. Para isso está aqui a imprensa alternativa, os blogs que dão espaço ao que a chamada grande imprensa não noticia.
Quem esteve ontem na Casa da Palavra pôde desfrutar de um momento único. Jovens de 7 a 70 anos, na sua maioria conhecidos frequentadores da Casa, tiveram o prazer de ouvir alguns escritores da região lerem seus textos acompanhado das improvisações da pianista Paola Fachinelli. Além dos coordenadores do evento, Zhô Bertholini e Jurema de Souza Barreto, também mostraram seu trabalho Hélio Neri, Aristides Teodoro, José Geraldo Neres, entre outros.
Nossos ouvidos foram presenteados com poesia coreana, portuguesa, Fernando Pessoa, Mário Quintana e Florbela Espanca. Os textos, selecionados pelos coordenadores com a temática da primavera, estavam distribuídos em um balaio. Assim aqueles que não se arriscam a escrever poesia, como eu, puderem também participar da leitura.
Abaixo selecionei dois poemas dos cigarristas:
Há sempre uma primavera no poema
Mesmo quando os pássaros
Se calam nos ninhos do inverno
Jurema Barreto de Souza.
sem pecado
bebi na fonte
dividi a crença
esqueci a promessa
distrai a traição
na prática, pratiquei
subi, cai levantei
do pó me assoprei
restou só tentação
do fruto, desfrutei
não fotografei o fato
somente é boato
que por ela me enganei
do ser a serpente
a dor ficou ausente
na falta de juízo
inventei o paraíso
Zhô Bertholini
Quem esteve ontem na Casa da Palavra pôde desfrutar de um momento único. Jovens de 7 a 70 anos, na sua maioria conhecidos frequentadores da Casa, tiveram o prazer de ouvir alguns escritores da região lerem seus textos acompanhado das improvisações da pianista Paola Fachinelli. Além dos coordenadores do evento, Zhô Bertholini e Jurema de Souza Barreto, também mostraram seu trabalho Hélio Neri, Aristides Teodoro, José Geraldo Neres, entre outros.
Nossos ouvidos foram presenteados com poesia coreana, portuguesa, Fernando Pessoa, Mário Quintana e Florbela Espanca. Os textos, selecionados pelos coordenadores com a temática da primavera, estavam distribuídos em um balaio. Assim aqueles que não se arriscam a escrever poesia, como eu, puderem também participar da leitura.
Abaixo selecionei dois poemas dos cigarristas:
Há sempre uma primavera no poema
Mesmo quando os pássaros
Se calam nos ninhos do inverno
Jurema Barreto de Souza.
sem pecado
bebi na fonte
dividi a crença
esqueci a promessa
distrai a traição
na prática, pratiquei
subi, cai levantei
do pó me assoprei
restou só tentação
do fruto, desfrutei
não fotografei o fato
somente é boato
que por ela me enganei
do ser a serpente
a dor ficou ausente
na falta de juízo
inventei o paraíso
Zhô Bertholini
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