quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Curso de Jornalismo Popular e Alternativo

A falta de tempo para elaborar um texto bacana me obrigar a dar um Control C / ControV e divulgar aqui um curso até então desconhecido por mim, que pode interessar os independentes frequentadores deste blog. Curso de jornalismo Popular e alternativo na ECA - Usp que será transmitido pela TV Cronópios.
A matéria foi retirada do site : http://www.cronopios.com.br/site/artigos.asp?id=4288
e o autor do texto é: Egle Müller Spinelli
A TV Cronópios, em parceria com o Grupo de Jornalismo Popular e Alternativo (ALTERJOR) irá transmitir ao vivo o I Curso Gratuito de Difusão Cultural em Jornalismo Popular e Alternativo. O evento ocorre na Escola de Comunicações e Artes (ECA), na Universidade de São Paulo (USP), de 07 a 11 de dezembro de 2009, das 14h às 18h. O objetivo do curso é contribuir para a sedimentação da temática do jornalismo popular e alternativo na pesquisa social, além da formação de profissionais capacitados para atuar no campo do jornalismo popular alternativo.
O ALTERJOR é grupo de pesquisa que reúne professores, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação e profissionais que se interessem em desenvolver estudos e pesquisas em jornalismo popular e alternativo. O grupo é sediado no Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA/USP.
Define-se por jornalismo popular as práticas jornalísticas realizadas em organizações do movimento social e popular, incluindo o chamado Terceiro Setor, que tenham como objetivo central o fortalecimento institucional de tais organizações, a socialização de temáticas que envolvam a defesa da cidadania e que defendam o protagonismo de segmentos sociais não hegemônicos. Por jornalismo alternativo, define-se as experiências de jornalismo nas diversas mídias que tenham como objetivo central fomentar o debate público sobre as mesmas temáticas delimitadas na definição de jornalismo popular.
O curso é gratuito e serão oferecidas 50 vagas. Segue informações quanto as inscrições dos candidato:

Inscrições: 09 a 19 de novembro de 2009, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 16h.
Local: Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues 443, prédio 1, Cidade Universitária.
Procedimentos de Inscrição: As inscrições serão recebidas pessoalmente ou por procuração, mediante cópia de CIC, RG, comprovante de escolaridade (graduando ou graduado), Curriculum Vitae e preenchimento de ficha de inscrição, a ser fornecida no ato da inscrição. Não serão aceitas inscrições por fax ou e-mail.
Critérios de Seleção: Serão previamente selecionados para o curso 50 alunos do total dos inscritos por meio de análise de currículo, com cópia a ser entregue no ato de inscrição, anexa aos documentos exigidos, com o resultado sendo divulgado no dia 27 de novembro de 2009, no Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA-USP.
Público Alvo: graduados e graduandos em Jornalismo e demais áreas de Ciências Humanas.
Informações: 3091-4058, com Paulo ou Tânia - pcbontempi@usp.br.
Apoio Institucional: PRCEU-USP (Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária)
Apoio: TV CRONÓPIOS
Coordenadores responsáveis: Prof. Dr. Dennis de Oliveira e Prof. Dr. Luciano Maluly
Carga Horária: 20 h/a - presencial.

Programação
Segunda-feira (7 de dezembro de 2009)– Abertura / Palestra
13 horas - Abertura e apresentação dos participantes
14 horas – Palestra - Conceitos de jornalismo popular e alternativo
Coordenadora: Profa. Dra. Egle Müller Spinelli (jornalista, pesquisadora e professora da UAM)
Palestrantes: Prof. Dr. Dennis de Oliveira (USP) e Prof. Dr. Luciano Maluly (USP)

Terça-feira (8 de dezembro de 2009)
14 horas – Jornalismo, política e fatos históricos
14h-15h - Retratos do jornalismo e da política
Prof. Ms. Eduardo Grossi (jornalista, pesquisador e professor da Umesp)
15h15-16h15 - Experiências históricas do jornalismo alternativo
Eliza Bachega Casadei (jornalista, pesquisadora e mestranda ECA-USP)
16h30-17h30 - Retórica e vanguarda política no jornalismo alternativo
Rafael Duarte Oliveira Venancio (jornalista, pesquisador e mestrando ECA-USP)

Quarta-feira (9 de dezembro de 2009)
14 horas – Jornalismo alternativo e diversidade
14h-15h - Comunicação alternativa e diversidade cultural no Brasil
Prof. Dr. Wilton Garcia (pesquisador, pós-doutor em Multimeios IA-Unicamp e professor da UBC)
15h15-16h15 - Repórter Eros
Prof. Dr. Valmir Costa (jornalista, pesquisador e professor da UniNove)
16h30-17h30 - Jornalismo popular e movimentos sociais
Profa. Ms. Anna Flávia Feldmann (jornalista e pesquisadora Alterjor)

Quinta-feira (10de dezembro de 2009)
14 horas – Rádios alternativas no Brasil
14h-15h - A radiorreportagem e a cultura do ouvir
Prof. Marcelo Cardoso (jornalista, pesquisador, professor Unisa e mestrando Cásper Líbero)
15h15-16h15 - Novas ondas – o rádio como meio de mobilização política
Guilherme J. P. H. e Oliveira (jornalista, pesquisador e mestrando ECA-USP)
16h30-17h30 - Direito, liberdade de expressão e rádios comunitárias
Prof. Ms. Eduardo Ariente (advogado, pesquisador e professor convidado da USP)

Sexta-feira (11 de dezembro de 2009)
14 horas – Um outro olhar
13h-14h - O jornalismo nas organizações
Prof. Ms. Sueli Regina Lafratta (jornalista, pesquisadora e professora da Uniban)
14h15-15h15 - O poder da imagem: reflexões sobre fotografia e documentário
Vinicius G. P. Souza (jornalista, pesquisador, fotógrafo, mestrando Unip e professor convidado Unisa)
15h30-16h30 - O jornalismo audiovisual como informação alternativa
Profa. Dra. Luiza Lusvarghi (jornalista, pesquisadora, pós-doutora pela UFPE e professora da UniNove)
16h45-17h45 –A mídia independente no Brasil
Luiza Caires (jornalista da USP, pesquisador e mestranda em Ciências da Comunicação ECA)
18 horas – Encerramento do Curso de Difusão Cultural em Jornalismo Popular e Alternativo

Acompanhe o curso pela Internet na TV Cronopios: http://www.cronopios.com.br

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Num envelope pardo mais um zine - Spell Work

Fico entusiasmada cada vez que recebo um fanzine pelo correio. Funciona como um combustível para essa minha pesquisa sem fim, é a certeza concreta de que eles estão aí, resistindo e se adequando aos meios digitais.
Esta semana o carteiro me trouxe num envelope pardo uma simpática cartinha (escrita a mão), a edição comemorativa nº6 do zine Spell Work e de “brinde” uma publicação alternativa de Recife, que divulgou o SW. O pacote foi enviado por Thina Curtis, arte-educadora de Santo André, a editora do zine.
Na publicação de Recife -Bio Eletric- uma importante citação sobre o trabalho feito em Santo André:
“O fanzine Speel Work se tornou respeitado em todo o mundo através do empenho da equipe envolvida, além dos inúmeros colaboradores.”

A equipe é formada por três pessoas Edson F., de São Bernardo, Marian Schwarz, de Guarulhos e a Thina.
O trabalho é realmente muito bacana e bem feito. Assina a capa Igor Villa, na abertura um breve histórico sobre o escritor e poeta russo Vladimir Maiakovski.
“Amar não é aceitar tudo;
Aliás, onde tudo é aceito,
Desconfio que há falta de amor”

Recheiam as 40 páginas entrevistas e matérias com bandas do cenário independente; divulgação de espaços voltados à cultura underground pelo mundo, como o Small Music Theatre, na Grécia; lançamentos musicais; matérias sobre HQ; indicação de espaços culturais e cursos; um conto escrito por Edson F.; poesias e até uma matéria enviada por um correspondente na Alemanha.
Gosto dos textos e resenhas dessas publicações, mas me encanto, sobretudo, com os editorias, eles dizem muito sobre a intenção e definem a cara da publicação. Assemelham-se em muitos pontos. No início explicações sobre o tempo de “ostracismo” e a falta de espaço:
Algum tempo depois em zine city...
Após um longo e tenebroso período de hibernação e reclusão dos fanzines, cá estamos nós! Com muita coisa para se comentar e infelizmente pouco espaço, para variar...!(...)

Pra finalizar, citam as dificuldades e injetam ânimo nos leitores:
Apesar de todos os obstáculos e dificuldades, estamos aqui mais uma vez divulgando essas nossas artes marginais, nossa subcultura, que cada vez mais rompem fronteiras e provam que são mais que um estilo urbano e uma arte obscura de periferia.
Espero que vocês curtam bastante esta edição e continuem enviando material, fazendo críticas, comentando e se desconectando de uma cultura massificada hipócrita e vazia.

Está aí, isto é um pouco do Spell Work e como citou Thina na cartinha:
Eternidade aos Fanzines!
Visitem o site para conhecer melhor o trabalho dessa galera e enviar material para divulgação: http://spellwork.wordpress.com/
Abraços à toda equipe do SW!!!
Aguardamos a próxima edição.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Entrevista com dois fanzineiros

Resolvi publicar uma pequena entrevista com dois importantes fazineiros do ABC já apresentados aqui: Cláudio Feldman, que por 14 anos editou o alternativo Jornal da Taturana e Renato Donisete, jovem que edita há 18 anos o zine Aviso Final.
Em meio há tantas publicações que surgem, tantas que acabam e outras tantas que migram para a internet, eles falam sobre as motivações e dificuldades de produzir um alternativo, em diferentes épocas, e são até otimistas quanto ao futuro desta imprensa.

EU: Porque criar uma publicação alternativa?
Cláudio Feldman: Criar uma publicação alternativa, no fim dos anos 70, era uma opção válida, já que a grande imprensa ignorava os talentos emergentes e a censura,embora enfraquecida pela Abertura, ainda atuava,embora de modo mais sutil.

Renato Donisete: Na época, em 1990, queria divulgar coisas e escrever sobre assuntos que não via em lugar nenhum, por isso fui à luta e produzi um fanzine.

EU: Como era fazer um veículo alternativo há 18 anos, como é ou como seria fazer este veículo hoje? Existe ainda a mesma motivação?
CF: Fazer um veículo alternativo há l8 anos era algo heróico,que exigia sangue,suor, lágrimas e dinheiro,embora algo prazeroso. Hoje em dia, atrai bem poucos,devido ao alto custo da impressão e do relativo desinteresse do público.

RD: A motivação, por incrível que pareça, é a mesma!!! Tanto é que continuo a editar o zine. Ainda fico ansioso quando vou na gráfica pegar a nova edição. No começo era muito difícil e muitas pessoas me ajudaram (por ex.: meu cunhado xerocava os zines na multinacional que trabalhava). Hoje temos mais facilidades, tanto de impressão quanto de divulgação.

EU: A imprensa alternativa está acabando?
CF:
A imprensa alternativa não está acabando, apenas mudou de mídia: foi para a Internet.

RD: Acredito que não. Tenho recebido muito material do Brasil inteiro, e o mais legal: trabalhos de muita qualidade.

EU: Você criaria um veículo alternativo hoje? Como seria?
CF: Eu não criaria um veículo alternativo, hoje,por cansaço da idade (65 anos),porém já fiz a minha parte e deixo o futuro aos mais jovens.

RD: Continuo criando há quase 20 anos....

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mais um

Este blog está começando a cumprir a missão de divulgar e coletar outros alternativos que, por falta de tempo, espaço, ou por serem posteriores a publicação, não entraram no livro. Na pesquisa citei apenas veículos das cidades do ABC: Santo André, São Bernardo e São Caetano. Porém, é certo que nos demais municípios que compõem a chamada Grande ABC: Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Diadema e Mauá, há muita coisa bacana. Agora há espaço para todos eles, que venham!


Recebi do escritor e poeta de Mauá, Edson Bueno, o jornal Taba de Corumbê.
Fruto de remanescentes de uma oficina literária, o fanzine é mais um representante da imprensa alternativa que surge como espaço para a veiculação de textos de um grupo de escritores. Chamo a atenção para dois detalhes: O primeiro é o nome do zine, que merece uma digna explicação (segue um trecho retirado do editorial da edição número 2); outro é para a constante aparição de animais como mascotes dos alternativos da região: Cigarra, Taturana, Sagui e agora, Tartaruga. Fato no mínimo curioso.
O nome do grupo veio de uma publicação em forma de fanzine: Taba de Corumbê realizada ainda na oficina, mas já com o embrião do grupo.
Taba pela reunião de pessoas, a aldeia por extensão a cidade: a partir do qual, o guerreiros da Taba, como os mais jovens se auto referenciam. Corumbê é o nome de um córrego que atravessa de ponta a ponta um dos bairros mais populosos da cidade: o jardim Zaíra, primeiro como justa homenagem aos seus moradores, e depois por uma questão de sincronidade, porque descobrimos posteriormente que combure é a corruptela de Karumbê, que significa tartaruga em língua franca ou nhegatú que era a língua que se falava em SP antes da intervenção do Marques de Pombal e a imposição do português como língua oficial"

Segundo nos conta Edson Bueno, o zine até agora teve dois números, com um intervalo bem grande, o primeiro em 2003, e o segundo em 2007. Foram distribuídos de mão em mão, o primeiro com uma tiragem de cerca de 800 exemplares. Já no segundo, um aparente ânimo motivou a impressão de 3 mil exemplares. Ainda segundo o poeta mauaense, o grupo sonha com a publicação do número 3.
Espero que se torne realidade e dê logo as caras por aqui!



segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Até o rabo da palavra

Sarau é sempre uma oportunidade de encontrar pessoas de boas ideias, talentos diversos e às vezes se tem a sorte de conhecer um novo fanzine, já que este tipo de encontro é propício para a distribuição de publicações alternativas. Pois foi justamente nesta ocasião, que a segunda edição de "Até o rabo da palavra” me foi apresentada por sua editora, Jô Barranova.
E hoje, buscando nos meus arquivos, encontrei a primeira edição que recebi em dezembro do ano passado e constatei que o zine dobrou de tamanho (no formato, não em páginas).
Chamo a atenção para um detalhe na capa: edição única talvez...
Na edição atual a inscrição: edição: pois é, estamos aí...
Ou seja, havia uma clara esperança quando o advérbio “talvez” foi colocado na primeira edição.
Vamos comemorar!!! Uma segunda edição é sinal de continuidade, de fôlego novo.
O atual editorial é simplesmente: Que demora, hein! Foi mau!
Ao lado um simpático (mas com cara de mal humorado) sagui desenhado por Jô, pelo visto mascote do zine, diz: Tá reclamando de quê?
Este mesmo personagem anunciava no editorial da edição de lançamento:
Tá pensando que abriu uma revista literária ? Hehe. Aqui , a literariedade comparece na medida do possível. Se quer literariedade por inteiro, vá ler Guimarães Rosa, Borges, Clarice Lispector, Faulkner. Vá ler a Cigarra, Anomalia. Não nos torre a paciência! Sôo, aee...Isto é um zine...como toda a liberdade que o nome proporciona. Pode crer!

Sobre o excêntrico nome, parece ter sido tirado de uma frase de Guimarães Rosa inscrita na capa dos dois exempalres:
O mais difícil não é um ser bom e proceder honesto, dificultoso mesmo é um saber definido o que quer e ter o poder de ir até o rabo da palavra.
Grande Sertão: Veredas


Até o rabo da palavra é produzido por uma turma de escritores do ABC e apresenta poemas, poesia, HQs, textos que misturam certa dose de humor e crítica política e resenha de quadrinhos. Entre seus colaboradores estão: Jô Barranova, Pamela Peixoto, Letícia Tralalá, Hélio Neri, Conse Bastos, Vinícius Canhoto, Douglas Souza, Fábio Ferraz, Adilson Thieghi, Alberto Lazarrini e Vanessa Molnar, Iracema Regis, Gerber de Sá, Rubens Zárate, Edson Bueno de Camergo, Moreira de Acopiara, Aristides Teodoro, Vanessa Deguti, Hildebrando Pafundi.
Na foto: Hélio, Conceição, Vanessa e Jô

Espero não ter esquecido de ninguém, não quero levar outro puxão de orelha. Explico: esta publicação traz logo na primeira página uma resenha sobre meu livro e abaixo uma necessária observação. Aqui eu aproveito para agradecer a atenção e pedir desculpas ao escritor Jairo Costa, o qual deixo de citar como um dos editores da revista Sem Futuro.

Seguindo a nova geração de alternativos, este zine já tem um site, visitem: http://orabodapalavra.wordpress.com/



Que seja eterno enquanto dure! Aguardamos a próxima edição.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Longe dos Holofotes

No dia em que os holofotes e flashs estavam todos voltados para explosão da casa de fogos na Vila Pires, em Santo André (cidade a nossa que tem ocupado lugar na mídia constantemente com tragédias), algo de muito sublime acontecia no município, sem ser noticiado. Para isso está aqui a imprensa alternativa, os blogs que dão espaço ao que a chamada grande imprensa não noticia.
Quem esteve ontem na Casa da Palavra pôde desfrutar de um momento único. Jovens de 7 a 70 anos, na sua maioria conhecidos frequentadores da Casa, tiveram o prazer de ouvir alguns escritores da região lerem seus textos acompanhado das improvisações da pianista Paola Fachinelli. Além dos coordenadores do evento, Zhô Bertholini e Jurema de Souza Barreto, também mostraram seu trabalho Hélio Neri, Aristides Teodoro, José Geraldo Neres, entre outros.
Nossos ouvidos foram presenteados com poesia coreana, portuguesa, Fernando Pessoa, Mário Quintana e Florbela Espanca. Os textos, selecionados pelos coordenadores com a temática da primavera, estavam distribuídos em um balaio. Assim aqueles que não se arriscam a escrever poesia, como eu, puderem também participar da leitura.
Abaixo selecionei dois poemas dos cigarristas:








Há sempre uma primavera no poema
Mesmo quando os pássaros
Se calam nos ninhos do inverno


Jurema Barreto de Souza.

sem pecado

bebi na fonte
dividi a crença
esqueci a promessa
distrai a traição


na prática, pratiquei
subi, cai levantei
do pó me assoprei
restou só tentação


do fruto, desfrutei
não fotografei o fato
somente é boato
que por ela me enganei



do ser a serpente
a dor ficou ausente
na falta de juízo
inventei o paraíso


Zhô Bertholini

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Para logo mais

Para aguçar a vontade de estar na Casa da Palavra logo mais, selecionei um poema do Zhô e um da Jurema, publicados em A Cigarra.
Após o evento acompanhem aqui fotos e notícias do Sarau. ( Para melhor visualização, clique na imagem.) Até logo!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

PPP (Poesia, Piano e Primavera)

Os nossos poetas e escritores alternativos estão sempre agitando a vida cultural da cidade. Já postei sobre a exposição no museu de Santo André que apresenta a obra de Cláudio Feldam, escritor e editor do alternativo Jornal da Taturana. Nesta semana indico outra grande oportunidade de conhecer ou rever dois também já citados poetas, Jurema Barreto de Souza e Zhô Bertholini, editores da A Cigarra. Eles coordenarão na próxima quinta-feira, 24, às 19h, na Casa da Palavra o Sarau Poética de Primavera, acompanhados pelo piano de Paola Fachinelli.
Sinto cheiro de coisa boa no ar:Zhô, Jurema, Poesia, Primavera,Piano....huuumm


A Casa da Palavra fica na Praça do Carmo, número 171 – Centro de Santo André, SP

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Uma pitada de Aviso Final

Este é o Renato Donisete, exemplar professor de educação física da rede estadual (citado pela revista Nova Escola) e criador do fanzine Aviso Final, que entra aqui logo depois de A Cigarra e o Jornal da Taturana, por também ser um símbolo de resistência.
Há 19 anos Renato edita sozinho, em São Caetano do Sul, este zine que surgiu com o objetivo de divulgar bandas punks independentes surgidas na região do ABC. Cenário que era muito frutífero até o início dos anos de 1990, hoje com a extinção da maioria das bandas, obriga Renato a abrir o leque e tratar de outros assuntos, mas sempre com o foco na contracultura. Além das resenhas de discos, o zine, que continua em circulação, traz entrevistas interessantes com figuras do meio underground.

Aos fazineiros que se interessaram em adquirir o Aviso Final, entrem em contato com Renato pelo emai: avisofinal@gmail.com

No blog dele um texto sobre o meu livro e uma foto do lançamento:
http://www.fotolog.com.br/aviso_final/58294606

Esta é só uma pitada da história do Zine que está toda contada no Livro.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O grande escritor alternativo do ABC


Acredito que o grande barato, a grande descoberta para quem escreve um livro sobre determinado aspecto da sua região é justamente conhecer as pessoas, as figuras que fizeram a história. Gostaria aqui compartilhar esta experiência.
Pra quem ainda não conhece, convido a descobrir o escritor andreense Cláudio Feldman, a quem Santo André presta uma justa e merecida homenagem com a exposição “Meio Século literário na Terra de João Ramalho”, que pode ser vista no museu da cidade desde o último dia 02.
Lá estão os 44 títulos escritos por Feldman, fotografias e textos publicados.

Cláudio, que gentilmente escreveu a orelha do meu livro, é destaque na imprensa alternativa do ABC. Ele publicou seus textos em alguns alternativos, influenciou o surgimento de A Cigarra e por 14 anos (1979-1993) foi editor, junto com o quadrinista Moacir Torres, do simpático Jornal da Taturana, uma publicação que trazia poesia, prosa, quadrinhos e notícias da imprensa alternativa.

Na capa da edição nº 32, em abril de 1984 o desenho de Moacir ilutratra a capanha pelas Diretas.

Nos textos de Cláudio há quase sempre uma pitada de bom humor:

A virgindade
Era a única riqueza
De Maria.
...E o Bento levou! (Cláudio Feldman)


O jornal divulgava também textos de outros autores, como este:

Lembrete
faça e aconteça
solitário como lobo
Herói mesmo
não aparece
na rede globo (Ulisses Tavares SP)



Vale à pena conferir: Meio Século Literário na Terra de João Ramalho – Exposição. Segunda a sexta, das 8h30 às 16h30. Sábados, das 9h às 14h30. No Museu de Santo André até 28 de outubro- Rua Senador Fláquer, 470. Tel.: 4438-9111 Grátis.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A Cigarra - Imagens poéticas

Os cigarristas Jurema Barreto de Souza e Zhô Bertolini são figuras indispensáveis no meio literário em Santo André. Para encontrá-los basta frequentar eventos das letras na cidade ou em Paranapiacaba e lá estarão esses dois poetas que deram vida a A Cigarra.
Toda a história da revista está no meu livro, mas aqui gostaria de destacar alguns aspectos curiosos aos quais me obrigo agora a dedicar mais atenção.
Atentem (figura a cima) para a qualidade no trabalho artístico feito por Silva Sampaio, que ilustra a capa da edição n.º 37, de dezembro de 2002, em comemoração dos 20 anos da publicação.

É difícil escolher, entre tantas coisas bacanas apenas uma página para divulgar neste espaço, então optei por duas.
A simplicidade na incrível ideia de Marcelino Freire ao reescrever o trecho do poema de Drummond, e ao mesmo tempo, destacar entre as palavras o nome do escritor mineiro.
Esta edição evidenciou o trabalho poético e fotográfico de Leonardo Colosso, que pode conferido abaixo.

Está aí, isso é um pouquinho de A Cigarra, que durante 25 anos divulgou artistas regionais e demais poetas espalhados pelo mundo, que enviavam seu trabalho por correspondência.
Aqueles que tiveram a curiosidade aguçada por estas poucas palavras e apenas duas páginas podem conhecer mais sobre esse alternativo andreense, o mais resistente que pude apurar, e seus editores em: http://revistacigarra.blogspot.com/.
Agradeço aos primeiros visitantes e os incentivadores comentários. Até a próxima!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O primeiro convite - Quem conhece???

Um trabalho acadêmico, uma pesquisa regional, a curiosidade aumentada a cada constatação de que o tema ainda não havia recebido a devida atenção. A atenção, agora sim, dos editores, jornalistas, escritores e humoristas que idealizaram esta imprensa, resultaram neste livro que aqui apresento a vocês.
O blog é o grande substituto da imprensa alternativa, que assim encontra mais espaço e menos obstáculos para chegar aos leitores. Então, rendida ao meio digital, como boa parte dos fanzineiros e editores alternativos que conheço, resolvi fazer uso deste espaço para divulgar minha pesquisa.



Quem aqui conhece o jornal Diário do Grande ABC? Acredito que quase todos vcs, pelo menos os moradores da região. Claro, ele faz parte da história oficial , está nos museus, na Fundação Pró-Memória, nas bibliotecas. Mas e a revista A Cigarra, você conhece? Pois te convido a conhecer. Trata-se de um alternativo resistente e persistente que durante 25 anos divulgou a poesia regional e por isso merece também lugar de destaque na história da nossa região. Na próxima postagem edições de A Cigarra que não entraram no livro e um pouquinho mais dessa revista andreense.
A cada postagem uma nova publicaão alternativa, registros que datam desde a década de 1950. Fica o convite para quem tiver uma publicaçao independente: me envie que eu divulgo aqui. Mesmo que ela não esteja mais em circulação, o importante é registrar que fez parte da história da Imprensa Alternativa.
Sejam bem vindos!!!